sábado, 22 de agosto de 2009

Relógio sem ponteiros

Sabe quando aconteceu tudo e mais um pouco no seu dia, ele está prestes a acabar, mas você sente que falta ainda alguma coisa pra ele terminar de verdade?
Eu tenho tido essa impressão constantemente. Eu acho que o que falta pra hoje acabar é a mesma coisa que faltou ontem, antes de ontem, semana passada .... E é por isso que eu não lembro o que aconteceu ontem, ou antes de ontem, ou semana passada... Parece que tudo faz parte de uma coisa só, sem divisões, sem os ciclos de 24 horas ou de 7 dias.
É estranho...
Talvez seja só um problema de matemática.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Imagine não haver o paraiso...

Faz muito tempo que eu não venho aqui.
Eu fiquei por duas semanas sem visitar os meus medos internos, nem tristezas e preocupações. Isso tudo, pq ele não permite que eu fique triste ou preocupada quando estou com ele. Não só quando estou com ele, mas passoalmente é mais dificil disfarçar, portanto, eu evito. Mas bastou ele ir embora pra eu sair desesperadamente à procura de alguma coisa que levasse pra bem longe os pensamentos ruins. Eu encontrei essa coisa, mas ela só segurou meus pensamentos por uma semana e meia. Eu to com uma crise (dessa vez não é existencial!) de alguma coisa que fez doer minha cabeça por quatro dias direto e meu estômago, me deu enjôo e me tirou a vontade de comer. Quando ele estava aqui, eu não tive nem tpm. E quando percebi isso, lembrei que duas psicologas que trabalharam cmg, que me falaram que saudade baixa a imunidade da pessoa que a sente. Talvez haja uma troca de energias, boas o suficiente, que não deixa a gente adoecer. Talvez seja manha do meu corpo, que adoece por querer ser cuidado, por querer receber mimos. Talvez...
Ontem eu encontrei com a morte, por algumas dezenas de vezes. E eu não tive medo. Eu tive medo da vida. Eu não sonhei com aqueles homens, nem mulheres, nem bebês mortos. Eu sonhei com aquela criança, em especial, que ainda não morreu. Mas a vida quis com ela ser mais dura que a morte. Ela apanhava do padrasto.
Se pra mim, é complicado conviver com esse inferno interior, imagine pra essas crianças que não conhece mais nada além dele?!

"Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz"

(Imagine - John Lennon)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Periga nunca se encontrar

Minhas aulas começaram, e eu lembrei do que eu sentia saudades durante as minhas férias. Estava com saudade da minha ida ao cursinho, a pé, com sono, e pensando na vida. E de algumas voltas com preguiça também (quando não tenho carona). Gosto do tempo, nem frio nem quente, gosto do barulho dos carros, gosto de lembrar o que eu sonhei na noite anterior, de receber um bom dia da vizinha e pensar 'Bom dia só se for pra você!', eu gosto do meu mau humor-interno-matinal. É, interno, eu acordo mal humorada, mas não quero que percebam, pq acho feio. Acho feio aquele cara mal humorado no trânsito, buzinando por 8 segundos quando o motorista da frente se distrai por apenas 2, quando o sinal abre. Se eu acho feio nos outros, pq vou fazer também?
Mas o importante não é isso. Meu namorado chega daqui a 2 dias, depois de uma saudade acumulada de 2 meses. E eu me peguei pensando de como eu gosto mais de mim quando estou com certas pessoas. Não sei o que acontece, talvez eu não seja eu quando estou com elas. Mas tenho mais confiança quando penso que não sou eu quando não estou com elas. Isso não acontece com muitas pessoas. Apenas com meu namorado e alguns amigos.
Meu professor uma vez falou sobre uma tal Teoria do Medalhão (Baseado num conto escrito por Machado de Assis), é um nome bonito pra palavra 'hipocrisia'. É como você odiar o seu chefe, não por ser chefe, mas como pessoa mesmo, e desejar um 'bom dia' pra ele esperando realmente que ele caia da escada e morra, ou pelo menos, entre em coma irreversível. Ao meu ver, uma pessoa hipócrita se adapta a qualquer situação, tirando sempre o seu da reta.
Eu não me vejo como alguém hipócrita, que ajo de outra maneira, ou tentando agradar todo mundo quando não estou com as pessoas de quem comecei a falar no inicio do post. Mas é que com elas, uma parte em mim q fica sempre guardada, foge! O meu verdadeiro eu, flui!
Sinto muita saudade de mim quando estou com elas. Sinto muita saudade de mim quando estou com meu namorado, principalmente. Com ele eu não me preocupo em ser mal interpretada.
Depois de tanta coisa, tantos caminhos percorridos (sempre o mesmo - de casa pro cursinho), eu percebo que apesar de apenas um idioma, nem todos falam minha língua.

terça-feira, 23 de junho de 2009

A mesma menina de sempre, com os mesmos sonhos de sempre

Sempre chega aquele dia em que você pensa 'Eu quero ir embora daqui.' O meu demorou um pouco, mas chegou. Eu lembro que quando criança eu já fazia planos pro meu futuro, característica que fui perdendo à medida que as coisas iam se tornando mais difíceis, eu queria sair de casa aos 18 anos, morar sozinha num apartamento que tivesse minha cara na decoração e criar um gato, pra não me sentir tão sozinha, queria ter um emprego, que pagasse bem ou não, mas que desse para eu me manter sem precisar de mais ninguém, digo, dos meus pais.
Eu sentia que esse meu sonho de criança estava acontecendo quando comecei a andar sozinha, pegar ônibus sozinha, resolver minhas coisas sozinha, tomar minhas decisões 'sozinha'. Isso, aos quinze anos. Aos 17, tive trabalho e meu próprio dinheiro por um ano, não era muito mas assim, não precisava pedir dinheiro pro meu pai sempre que precisasse (isso me deixa constrangida até hoje). Mas só durou pouco menos de um ano. Depois, veio a escolha do curso pro vestibular, é difícil você decidir uma única profissão para sua vida inteira, uma única coisa de que você vai ter que gostar e se dedicar por toda sua vida, sem correr o risco de enjoar ou se cansar dela. Mais difícil ainda é encontrar o amor de minha vida, aquele que eu faço planos e mais planos pro futuro e pensar na possibilidade de que meu futuro se ligará ao dele. Eu me sinto andando em círculos, pensando sempre no mesmo assunto, num futuro que está muito longe de mim, e ao mesmo tempo parada no tempo.
Eu ja passei dos meus dezoito anos e ainda não moro sozinha, não tenho um apartamento decorado do meu jeito, nem um emprego que me mantenha. Mas ainda tenho aqueles mesmos sonhos de menina, tive que atrasá-los um pouco, é verdade. E apesar de serem os mesmos, preciso, dessa vez, não só sonhar, preciso fazer alguma coisa pra que eles não morram.


"Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
Os dias parecem metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar"

domingo, 7 de junho de 2009

"Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei, pra você correr macio."

Ja estamos em junho, quase a metade do ano e no fim de uma década. Constatemente estamos em transição, numa eterna passagem do passado para o presente e depois pro futuro, uma passagem do velho para o novo. Minha maneira de pensar já deve estar mais do que ultrapassada e eu ja percebo isso.
O tempo passa numa velocidade que o nosso corpo e nossa mente não consegue acompanhar. Os lugares que antes pareciam enormes, tornam-se pequenos. Os potes de biscoito que pra serem alcançados era preciso uma cadeira, agora ela já não é mais necessária (isso ainda não se aplica a mim.). O tempo passa e confunde, o tempo passa e as pessoas mudam, o tempo passa e as pessoas se mudam. Quem nunca esperou anos pra reencontrar aquele amigo, que vc achava o máximo, com ideias e ideiais fabulosos, super revolucionário e quando você o reencontra, percebe que ele se tornou chato como todas as outras pessoas e ai você fica com preguiça dele, assim como tem preguiça da sua tia que só sabe falar mal dos outros e perguntar porque você ainda não está casada ou pq nunca tirou a carteira de motorista.
O Tempo aderiu a onda do Raul, a onda da Metamorfose Ambulante. E olhando por esse lado, parece que um maluco beleza é mais normal que o cara de terno e gravata. Ele passa devagar quando não precisamos dele, demora um milênio quando precisamos apenas de 15min, e dura menos que um piscar de olhos quando precisamos que o dia tenha 360 horas. Mas a verdade é que cada pessoa tem seu tempo, seu tempo pra crescer e ser responsável. Seu tempo pras conquistas de acordo com suas necessidades, ou sonhos, ou vontades...
Entretanto, o tempo cronológico, por ser linear, é mais rápido que o psicológico, que se perde nas voltas dos nossos pensamentos. E quando você percebe, você já é velho pra fazer um monte de coisas que até ontem você fazia sem se perguntar sua idade antes.
Eu, ainda tenho 19, mas por não ter conseguido o que eu quero, me sinto com 40 anos, escrevendo meu primeiro texto.
O tempo pode não ser um só, mas passa para todos. Pra mim, ele voa!


"Eu pensei que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar

Um século, um mês
Três vidas e mais
Um passo pra trás?
Por que será?"

[O Vento - Los Hermanos]

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Vestir branco ou azul?

Alguém, uma vez me disse pra eu não desperdiçar as oportunidades que aparecem na minha vida. E disse também, que a primeira grande oportunidade virá de fusca, se ela passa, a próxima virá de jegue, e a proxima, por sua vez, de patins. Mas quem me disse isso, esqueceu de um detalhe, que me deixa intrigada sempre que lembro disso. Como identificar uma grande oportunidade? Eu queria ter maturidade suficiente pra isso. Ou então, lembrar do fdp que me falou isso e dá um tiro na cabeça dele.
Li em algum canto ou ouvi em algum lugar (não sou de guardar fontes.) que crises existenciais acontecem quando o caboclo já tem uma familia formada, vida profissional encaminhada e estável, lá por volta dos 40 anos. Eu não tenho nada disso, estou nos meus 19 anos e ja devo estar na minha primeira. A pessoa que vos fala está incapaz de escolher entre uma caneta azul e uma preta. Mas esse não é seu problema maior quando se está prestes a escolher o rumo de sua vida profissional.
Não quero leiloar meu sonho, mas como se as vezes eu mesma esqueço disso e acabo botando um preço nele? Pior que isso, passo a achar que ele não tem tanto valor assim. Por levar muito tempo, por não ganhar o suficiente, por ser muito ralado. Porque eu sou imediatista! Pq eu sempre quero tudo pra ontem, pra antes de ontem, se possivel.
Parei por aqui...


"Deus é que decide a minha sorte"
[Alfômega - Caetano Veloso]

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A tempestade que chega é da cor dos teus olhos.

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"



Hoje eu estava vendo um episódio de uma série, que se passava em um hospital. E acho que eles estavam querendo mostrar os diferentes tipos de dor que sentimos. A dor do esquecimento, com um paciente que perdeu a memória, a dor de sentir dor todos os dias por causa de um tratamento contra o câncer, a dor de perder o marido pra amiga de trabalho, a dor de uma menininha que a qualquer momento podia ter uma hemorragia interna, e que apesar de sentir dor, recusava-se a ser operada com medo de ser devolvida ao orfanato por seus pais adotivos. Enfim... Dores!
Dor é ruim! Não existe uma dor melhor que a outra. E ela existe pra que busquemos a cura.

E só pra estragar toda uma postagem séria, concluo: O Amor é uma dor! (É um tédio sem remédio/É um prédio desabando/Assim sigo te amando!) rsrs

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Hoje chove.Choveu o dia inteiro.

Meu professor de geografia falou: 'Assim que cair o primeiro pingo de chuva, aonde quer que você esteja, vá pra casa!' E eu deveria ter ouvido aquele sábio homem. Mas não ouvi. O resultado foi um tanto quanto... úmido! Natal fica um caos quando chove, mas continua bonita. Eu lembro de quando estagiava, e minha sala ficava no 11° andar de um prédio. Adorava ver aqueles outros prédios esbranquiçados e a cidade meio adormecida aos meus pés.
Esse frio pede cobertor, pede filme, pede abraço de namorado. E desse último, eu faria questão. Mas a vida é o que quer ser, diferente de nós mesmos. E diante de 'alguém' tão segura, quem sou eu pra discordar? Logo eu que não tenho segurança nem quando escrevo meu nome. Mas não é sobre mim que quero escrever, falei isso no post anterior. Descrever pessoas é complicado demais pra minha mente, hiper limitada quanto a isso. Pessoas não deveriam ser questionadas, assim como a existência de Deus, assim como o tamanho do universo ou como o modo que as pirâmides foram construídas. São coisas que quanto mais questionamos, mais interrogações aparecem. Se tudo ter um criador é regra, ja pensou em quem criou Deus, o criador de todas as criaturas? Ou... Como no Universo existem inúmeros buracos negros que engolem tudo a sua frente, e mesmo assim ele não acaba? Agora eu faço uma bem simples, de onde saíram as pedras pra construção das pirâmides? ¬¬ Uma vez perguntei pra uma professora de matemática porque fatorial de 0 é igual a 1. Ela respondeu 'Porque quiseram que fosse assim!' Argh! ¬¬³ Quando eu questiono, eu quero respostas. E se sei que não vou tê-las pq questionar? Melhor eu ficar na minha. Lembro da frase do Cazuza "Eu vou pagar a conta do analista pra nunca mais ter que saber quem eu sou." Não sirvo pra questionar o inquestionável não. Até sirvo, mas cansei. Chega um dia, que nosso lado criança tem que crescer.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Hoje faz frio, mas não chove.

Na verdade, nunca gostei de fotolog, blog, flog, orkut... Mas já tenho, praticamente, tudo isso. Tenho fascínio pelo muito novo e pelo muito velho também. Talvez isso seja só mais uma característica do signo de aquário, enfim... Não tenho dom pra escrever (já devem ter percebido isso). Saiu jogando tudo e se ficar bonito, deve ter sido erro de percurso! Acho as palavras desgastadas, talvez por serem usadas demais, às vezes, usadas forçadamente. Gosto das reticências e das exclamações, odeio acentos e pontos de interrogação. Gosto das entrelinhas, do que não está escrito, do que é entendido no ar. Quando as coisas são entendidas, ficam expostas demais, vulneráveis demais e quase sempre, perdem o encanto. Adoro um final com três ou quatro possíveis interpretações, coisa que só as palavras permitem. Pensando assim, somos palavras em nossa essência e por isso, não me permito interpretar nem entender ninguém. E por favor, façam como eu, não permitam-se me entender. Eu nunca me permiti.




Ah, só mais uma coisa! O porquê do nome do blog.


"Um clichê (do francês cliché), chavão ou lugar-comum é uma expressão idiomática que de tão utilizada e repetida, desgastou-se e perdeu o sentido ou se tornou algo que gera uma reação má em vez de dar o efeito esperado.

  • Exemplo: a união faz a força, ninguém me ama!.

Também pode significar uma idéia relativa a algo que se repete com tanta frequência que já se tornou previsível e repetitiva dentro daquele contexto."