terça-feira, 23 de junho de 2009

A mesma menina de sempre, com os mesmos sonhos de sempre

Sempre chega aquele dia em que você pensa 'Eu quero ir embora daqui.' O meu demorou um pouco, mas chegou. Eu lembro que quando criança eu já fazia planos pro meu futuro, característica que fui perdendo à medida que as coisas iam se tornando mais difíceis, eu queria sair de casa aos 18 anos, morar sozinha num apartamento que tivesse minha cara na decoração e criar um gato, pra não me sentir tão sozinha, queria ter um emprego, que pagasse bem ou não, mas que desse para eu me manter sem precisar de mais ninguém, digo, dos meus pais.
Eu sentia que esse meu sonho de criança estava acontecendo quando comecei a andar sozinha, pegar ônibus sozinha, resolver minhas coisas sozinha, tomar minhas decisões 'sozinha'. Isso, aos quinze anos. Aos 17, tive trabalho e meu próprio dinheiro por um ano, não era muito mas assim, não precisava pedir dinheiro pro meu pai sempre que precisasse (isso me deixa constrangida até hoje). Mas só durou pouco menos de um ano. Depois, veio a escolha do curso pro vestibular, é difícil você decidir uma única profissão para sua vida inteira, uma única coisa de que você vai ter que gostar e se dedicar por toda sua vida, sem correr o risco de enjoar ou se cansar dela. Mais difícil ainda é encontrar o amor de minha vida, aquele que eu faço planos e mais planos pro futuro e pensar na possibilidade de que meu futuro se ligará ao dele. Eu me sinto andando em círculos, pensando sempre no mesmo assunto, num futuro que está muito longe de mim, e ao mesmo tempo parada no tempo.
Eu ja passei dos meus dezoito anos e ainda não moro sozinha, não tenho um apartamento decorado do meu jeito, nem um emprego que me mantenha. Mas ainda tenho aqueles mesmos sonhos de menina, tive que atrasá-los um pouco, é verdade. E apesar de serem os mesmos, preciso, dessa vez, não só sonhar, preciso fazer alguma coisa pra que eles não morram.


"Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
Os dias parecem metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar"

domingo, 7 de junho de 2009

"Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei, pra você correr macio."

Ja estamos em junho, quase a metade do ano e no fim de uma década. Constatemente estamos em transição, numa eterna passagem do passado para o presente e depois pro futuro, uma passagem do velho para o novo. Minha maneira de pensar já deve estar mais do que ultrapassada e eu ja percebo isso.
O tempo passa numa velocidade que o nosso corpo e nossa mente não consegue acompanhar. Os lugares que antes pareciam enormes, tornam-se pequenos. Os potes de biscoito que pra serem alcançados era preciso uma cadeira, agora ela já não é mais necessária (isso ainda não se aplica a mim.). O tempo passa e confunde, o tempo passa e as pessoas mudam, o tempo passa e as pessoas se mudam. Quem nunca esperou anos pra reencontrar aquele amigo, que vc achava o máximo, com ideias e ideiais fabulosos, super revolucionário e quando você o reencontra, percebe que ele se tornou chato como todas as outras pessoas e ai você fica com preguiça dele, assim como tem preguiça da sua tia que só sabe falar mal dos outros e perguntar porque você ainda não está casada ou pq nunca tirou a carteira de motorista.
O Tempo aderiu a onda do Raul, a onda da Metamorfose Ambulante. E olhando por esse lado, parece que um maluco beleza é mais normal que o cara de terno e gravata. Ele passa devagar quando não precisamos dele, demora um milênio quando precisamos apenas de 15min, e dura menos que um piscar de olhos quando precisamos que o dia tenha 360 horas. Mas a verdade é que cada pessoa tem seu tempo, seu tempo pra crescer e ser responsável. Seu tempo pras conquistas de acordo com suas necessidades, ou sonhos, ou vontades...
Entretanto, o tempo cronológico, por ser linear, é mais rápido que o psicológico, que se perde nas voltas dos nossos pensamentos. E quando você percebe, você já é velho pra fazer um monte de coisas que até ontem você fazia sem se perguntar sua idade antes.
Eu, ainda tenho 19, mas por não ter conseguido o que eu quero, me sinto com 40 anos, escrevendo meu primeiro texto.
O tempo pode não ser um só, mas passa para todos. Pra mim, ele voa!


"Eu pensei que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar

Um século, um mês
Três vidas e mais
Um passo pra trás?
Por que será?"

[O Vento - Los Hermanos]